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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pupunha ( Bactris gasipaes )




A pupunha (Bactris gasipaes), da família das Palmáceas, foi cultivada pelos ameríndios pré-colombianos na região neotropical úmida. Atualmente, essa espécie encontra-se distribuída desde Honduras até a Bolívia. Ocorre na costa Atlântica das Américas Central e do Sul, até São Luiz, no Maranhão, e também ao longo da costa do Pacífico, do sul da Costa Rica até o norte do Peru.

Seus frutos, de sabor muito apreciado, estão integrados nos hábitos alimentares da área que cobre os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Roraima. Na região ainda predomina o consumo do fruto, mas a produção de palmito a partir do cultivo da pupunheira começa a aumentar, com plantios em escalas consideráveis no Pará, Acre, Rondônia e Mato Grosso. A cultura também passa por intenso processo de disseminação fora da Amazônia, principalmente no Sudeste. Em São Paulo, pupunheira está sendo plantada em praticamente todo o estado. Todo esse impulso que a cultura vem recebendo é motivado pelas boas perspectivas do mercado de palmito.

A planta como ela é:

Frutos da pupunha

A pupunha é uma palmeira chamada "caespitose" (multi-caule) que pode atingir até 20 m de altura. O diâmetro do caule varia de 15 a 30 cm e o comprimento dos entrenós de 2 a 30 cm. Os entrenós apresentam numerosos espinhos rígidos e pretos ou marrom escuro. Algumas espécies, porém, são desprovidas de espinhos.
O ápice do estipe sustenta uma coroa de 15 a 25 folhas do tipo pinadas, inseridas em diferentes ângulos. As folhas tenras não expandidas, localizadas no centro da coroa, formam o palmito, um importante produto econômico.

A inflorescência aparece nas axilas das folhas senescentes. Após a polinização, os cachos podem conter entre 50 e 1000 frutos. Diversos fatores, tais como nutrição ou polinização deficiente, estiagem, competição, e ataque de insetos e doenças podem causar o aborto e contribuir para o baixo peso médio do cacho.


Os frutos apresentam forma, tamanho e cor variáveis. Quando maduros, podem ter a casca vermelha, amarela, alaranjada ou totalmente verde. Quanto à forma podem ser globosos, ovóides ou cônico-globosos e o tamanho varia de 1 a 1,5 cm de diâmetro nos frutos sem caroço a até 7 cm nos frutos normais.

Os ameríndios começaram a realizar, empírica e instintivamente, um melhoramento das características genéticas da pupunha por meio da seleção de plantas com frutos de bom tamanho ou sem espinhos no tronco (estipe) - o que facilitava o manejo. Deste modo, hoje é possível encontrar populações de pupunheiras com características bastante diversas, constituindo diferentes variedades.

A planta está adaptada a uma ampla faixa de condições ecológicas nos trópicos. Originária das regiões tropicais, com altas precipitações pluviais e solos pobres, cresce melhor quando a chuva é abundante e pode ser cultivada desde o nível do mar, até 800m de altitude.
Floresce quase o ano inteiro, porém com maior intensidade durante os meses de agosto a dezembro. A maturação de seus frutos ocorre principalmente nos meses de dezembro a julho. Atualmente, sua importância como alimento e o seu potencial tecnológico têm sido incentivado através de pesquisas realizadas no Brasil, Colômbia, Peru e Costa Rica.

A pupunheira pode ser aproveitada totalmente: sua palmeira é empregada em paisagismo; sua raiz como vermicida; seu tronco como madeira para construção de casas, fortificações, arcos, flechas, arpões e varas de pescar; suas flores masculinas, depois de caírem, como tempero; suas folhas, na coberturas para habitações, teceduras de cestas e outros objetos; seus frutos, motivo principal do cultivo praticado pelos índios, são comidos cozidos. Além do consumo direto dos frutos, após cozimento em água e sal, podem eles gerar uma série de subprodutos industrializados.

Depois do cozimento dos frutos pode ser obtida uma farinha seca, similar às farinhas de mandioca, milho e trigo. Este produto pode ser consumido junto com outros alimentos e na elaboração de bolos e pizzas; pode ser utilizado em panificação, pastelaria e outros alimentos à base de farinha.

A massa oriunda dos frutos também produz um sorvete muito saboroso. Além disso, os frutos de aparência inferior podem ser aproveitados na fabricação de ração para animais.

Os caules secundários, de alto valor para alimentação, podem ser consumidos como palmito. Atualmente o palmito, é extraído principalmente do açaí, de ocorrência na região norte, e de outras palmáceas nativas da Mata Atlântica. Estas últimas, anteriormente abundantes, estão quase dizimadas pela exploração predatória. Assim, o palmito é hoje produzido sobretudo a partir das grandes concentrações naturais de açaizeiros do estuário amazônico.

Embora dando mostras de abrandamento nos últimos anos, o processo de exploração dos açaizais nativos tem usado os mesmos métodos que levaram à quase dizimação das palmáceas da Mata atlântica. Nesse contexto surge, como alternativa complementar à exploração extrativista, o cultivo da pupunheira, visando à produção de palmito. Existem na região Amazônica inúmeras plantações de pupunha sem espinhos, que oferecem condições de corte no segundo ano de vida, apresentando maior diâmetro do que o açaí, com palmito de excelente qualidade.

Na Costa Rica, país latino-americano mais adiantado no desenvolvimento da produção agroflorestal, a agroindústria desenvolveu-se com base na pupunheira. Atualmente, existe um grande interesse pelo cultivo da pupunheira em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso e Goiás, com muitos projetos implantados e em implantação.

A pupunha está pronta para a colheita entre 2 a 10 anos, pela sua característica multi-caule, ocorrência de brotações, o que possibilita colheitas escalonadas. A planta acima de 10 anos, reduz a produção de frutos e dificulta à colheita.

Atualmente sua madeira vem sendo utilizada na indústria moveleira, já que a madeira apresenta alta resistência, três vezes a mais que o mogno, além do custo chegar a 40% inferior a outras madeiras.


Fonte: INPA-Amazonas

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Manacá-da-serra(Brunfelsia uniflora)

Manacá-da-serra(Brunfelsia uniflora)
Por: Angelica Prela Pantano*



O manacá-da-serra (Brunfelsia uniflora) é uma planta originária do Brasil, pertence à família Solanaceae e é uma Angiosperma. Pertence ao mesmo gênero da quaresmeira (Tibouchina granulosa) e da orelha-de-onça (Tibouchina holosericea), mais conhecidas que o próprio manacá. Pode atingir de 2 até 15 m de altura. É muito comum em matas alteradas pelo homem, hoje em dia mais difícil em matas nativas. Possui flores brancas e rosas o que lhe proporciona uma floração espetacular. A flor de centro branco e pétalas azuis muda de cor após fecundada. Floresce durante a primavera e o verão, entre novembro e fevereiro, com belas floradas com flores que variam do branco ao lilás colorem a paisagem regional do final do ano.


A variação na coloração das flores é decorrente do amadurecimento diferencial das partes masculina e feminina, sendo as brancas, recém abertas, funcionalmente femininas (recebem pólen de fora) e as roxas ou lilases são as flores velhas, masculinas, liberando pólen. A frutificação ocorre em novembro, sendo que em fevereiro e março estão prontas para serem colhidas, e devido ao tamanho, muito pequenas, são facilmente levadas pelo vento.

A multiplicação também pode ser feita por estacas. Devido ao porte alto e sistema radicular não agressivo, é muito usada como ornamental em jardins e ainda na arborização urbana, não interferindo em fios e tão pouco danificando as calçadas. Podemos encontrar também o manacá-da-serra-anão, que possui flores menores, assim como o porte, em torno de 3 metros, muito recomendado para áreas menores, como jardins domésticos e vasos de porte maior.

Sendo pioneira e colonizadora de áreas abertas, presta-se muito bem para a recuperação de áreas degradadas, crescendo rapidamente, protegendo o solo em poucos anos. Regenera-se abundantemente na natureza, o que faz com que seu corte não seja tão prejudicial como outras espécies de árvores mais raras e de baixa reprodução natural.

Assim, as capoeirinhas ou capoeiras jovens, com predomínio de manacás, podem ser suprimidas com a devida autorização das autoridades florestais competentes.


* Angelica Prela Pantano é Eng. Agr .Drª em Físisca do Ambiente Agrícola, pesquisadora do
Instituto Agronômico de Campinas.
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